terça-feira, 28 de junho de 2011

Esse é Governo de SC

Falta um gestor no governo

Raimundo Colombo tem a imagem de um político educado, afável, diplomático. Não é de dar soco na mesa. É de paz e costuma tratar a todos, incluindo os adversários, com muito respeito e gentileza.
O exercício do governo, contudo, exige com freqüência intervenções mais fortes da autoridade. Durante sua ausência, o vice Eduardo Moreira assinou uma medida provisória impondo a nova tabela salarial aos professores. Colombo retornou da Europa e retirou a MP da Assembléia. Assessores sugeriram jogo duro e ele entrou com ação pedindo a ilegalidade da greve na Justiça. Dias depois retirou o processo. Ainda que não seja retrato da realidade, transferiu a impressão de ter perdido a bússola, de faltar-lhe um plano de vôo, de comandar um navio que não saiu do porto ou, se saiu, está encalhado há seis meses.
Esta segunda fuga em massa dos presos do complexo penitenciário acabou revelando outro problema: vácuo de poder, fenômeno registrado em outros episódios governamentais. Os fugitivos executaram a operação na madrugada de domingo. E só 15 horas depois o governo se manifestou com uma nota que disse muito pouco. Não surgiu durante todo o domingo uma única autoridade para falar em nome do governo. Ou para tranqüilizar a população, revelar o que aconteceu, relatar as medidas adotadas e atender a imprensa.
Raimundo Colombo comanda uma estrutura com 58 secretários: 28 secretários centrais e 36 secretários regionais. Mas não conta com um primeiro-ministro, um secretário que coordene o governo, que cobre ações setoriais, que dê respostas concretas, que faça e aconteça. Está faltando um gestor.


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